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Investimento em Valor vs. Crescimento: Quais Fundamentos Fazem Sentido no Mercado Atual?
May 20, 2025 2:58 PM

A distinção entre investimento em valor e em crescimento tornou-se um foco importante em 2025 devido às pressões inflacionárias persistentes, ao aumento das taxas de juro e à volatilidade do mercado. O S&P 500 recuperou suas perdas anteriores para atingir um nível de 1,4% no acumulado do ano, mas a recuperação permanece limitada a setores específicos. O mercado tem sido liderado por algumas ações de crescimento dos setores de tecnologia e inteligência artificial, enquanto a maioria dos outros setores ainda não participou dessa alta.

Para os investidores, isso não é apenas "ruído de mercado" — é um sinal que merece atenção. Escolher entre ações de valor e ações de crescimento tem consequências reais para o desempenho da carteira, especialmente enquanto os bancos centrais continuam a influenciar o preço do risco nos mercados globais.

O Que Distingue Valor de Crescimento?

Na sua essência, investimento em valor e em crescimento representam duas filosofias distintas.

Ações de valor são aquelas negociadas abaixo de seu valor justo, frequentemente avaliadas por índices como preço/lucro (P/L) e preço/valor contábil (P/VC). Essas empresas geralmente operam em setores consolidados – como bancos, serviços públicos ou indústrias – e podem não crescer rapidamente, mas tendem a gerar lucros estáveis. Elas normalmente distribuem dividendos regulares. Por exemplo, JPMorgan Chase (P/L ~13) e Chevron (P/L ~16) são consideradas ações de valor clássicas, com balanços sólidos, fluxo de caixa confiável e atualmente negociadas a avaliações relativamente baixas.

Ações de crescimento, por outro lado, são de empresas com potencial para expansão rápida no futuro. Essas empresas geralmente não pagam dividendos, pois reinvestem seus lucros em inovação e expansão de mercado. Exemplos incluem Nvidia (negociada com P/L futuro acima de 40), valorizada por sua liderança em inteligência artificial, e Tesla, que ainda negocia a preços elevados apesar de desafios de produção. Os investidores são atraídos por ações de crescimento pelo seu potencial de altos retornos — mesmo que envolvam mais riscos.

Comparando os Fundamentos

Tabela comparando ações de valor vs. ações de crescimento, mostrando métricas como P/L, P/VC, dividend yield, crescimento da receita, crescimento dos lucros e ROE.

Por Que Valor Tem Vantagem – Por Enquanto

Com o rendimento do Tesouro americano de 10 anos próximo de 4,3%, a forma como os investidores avaliam os lucros futuros mudou. Quando os juros estão altos, os lucros futuros – especialmente de empresas em rápido crescimento – valem menos em termos atuais. Isso pressiona ações de crescimento com preços elevados, levando muitos investidores a se voltarem para setores mais estáveis e geradores de renda.

Recentemente, o foco se voltou para energia, bancos e saúde. As taxas mais altas aumentam os lucros dos bancos, com Bank of America sendo negociado abaixo de seu valor histórico – sugerindo subvalorização. No setor de energia, empresas como ExxonMobil (maior petrolífera de capital aberto dos EUA) mantém dividendos sólidos (cerca de 3,7%), beneficiando-se da demanda contínua, enquanto gera fluxo de caixa robusto (US$ 13 bilhões operacional, US$ 8,8 bilhões fluxo livre no 1º trimestre). Na saúde, empresas como Pfizer e Merck são vistas como apostas seguras, apoiadas por receitas consistentes e dividendos regulares.

De acordo com a J.P. Morgan Asset Management, ações de valor tendem a ter melhor desempenho durante períodos de inflação alta e políticas monetárias restritivas – como o atual.

Não Subestime o Crescimento – Se Houver Qualidade

Apesar da mudança macroeconômica, empresas de crescimento de alta qualidade continuam relevantes. Aquelas com receitas consistentes, margens em expansão e fluxo de caixa forte têm se mantido firmes — mesmo em um ambiente de juros altos. Nvidia, com seu negócio de data centers, Microsoft, expandindo sua liderança em IA, e Meta, que melhorou margens após reestruturação, mostram que bons fundamentos ainda fazem a diferença.

Uma abordagem mais equilibrada chamada GARP (Crescimento a Preço Razoável) está ganhando força em 2025. A estratégia foca em empresas com crescimento constante, mas não excessivamente supervalorizadas. Adobe, Visa e L’Oréal são exemplos. Segundo a Invesco, esse tipo de ação tende a ter bom desempenho quando o mercado não favorece claramente nem ações de crescimento, nem ações profundamente descontadas.

Conclusão

No mercado atual, o estilo de investimento, por si só, não é suficiente. O que importa são os fundamentos! Com o Fed mantendo uma postura restritiva e a volatilidade persistente, empresas que geram lucros reais – e os sustentam – podem definir o ritmo.

Seja em setores subvalorizados com fluxo de caixa estável, ou empresas inovadoras com ganhos reais, os investidores devem basear suas decisões em substância. Não em sentimentos. Nem modismos. Nem palpites. Mas em fundamentos sólidos e comprovados.

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